quarta-feira, dezembro 20

1,200 Square Feet Under the Sea

Que fantástico!!! olha o futuro da construção!!!
Só pra dar continuidade no blog, fazia tempo que não colocava nada, sabem como é final de semestre na faculdade.

quinta-feira, dezembro 7

Resolvi mudar...

Olá caros leitores,

resolvi mudar o título do meu blog por alguns motivos. Dentre eles, partindo de uma reflexão sobre o título anterior, achei que não era apropriado, pois defender Brasília implica numa atitude muito radical e também gera uma série de questionamentos sobre o título anterior (Defenda Brasília). Como não era esse o objetivo tão fortemente desejado, e sim promover um espaço de reflexão e discussão nesse universo virtual sobre a cidade expondo um ponto de vista pessoal, porém que tivesse como base o que venho aprendendo e debatendo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, e claro, nas conversas pelos quatro cantos das cidades.

Agora nesse novo título pretendo ressaltar o fato de estar manifestando essas reflexões do cotidiano de nossa cidade, porém com um olhar mais minuncioso. E esse novo título, creio eu, que retrata mais um pouco a minha idéia para com esse blog e também o fato que criei o mesmo blog com o mesmo nome, porém traduzido para o inglês. De modo que usuários pelo mundo possam ter contato direto com o que vem ocorrendo diariamente na urbis Brasília sob o olhar de um (futuro formado com diploma na mão) arquiteto.

No mais,

por enquanto é só,

OBS: ACRESCENTEM A SUA PASTA DE FAVORITOS DO NAVEGADOR!!!

quarta-feira, novembro 22

Brasília - Brasil (HONRA AOS CANDANGOS)

Caros leitores,

Acabo de chegar do Festival de Cinema de Brasília que estreou hoje com o filme: Romance do Vaqueiro Voador, de Manfredo Caldas. O documentário retrata os candangos que vieram do nordeste em busca de trabalho e que acabaram ficando por aqui.

Relata a triste história de gente, muitas das vezes, iletrados, analfabetos, que com a própria esperança vieram para cá com a intenção por dias melhores, com o trabalho executado e que caíam dos edifícios na obra, pois naquela época não havia direitos humanos nem preocupação com a vida alheia.

O contrário aconteceu, foram praticamente escravizados, tinham que trabalhar mais, viravam noite, a fim de consolidar o sonho da nova capital, para a sua estréia em 21 de Abril de 1960.

Enfim muitos morreram nas construções da nossa cidade e quero deixar claro a todos os que lerem esse texto que: na cidade onde vivemos, vidas de gente humilde e pura e que muito trabalharam para a concretização desse sonho hoje está enterrada debaixo da terra. Acredito eu que por muitas das vezes, não havia assistência à família dos falecidos na época, de repente, nem comunicação.

Agora chegando em casa, busquei no youtube um video que retratasse essa epopéia da construção, porém só encontrei esse belo video de Brasília que mostra muito bem, obras as quais vidas foram sacrificadas...

E aqui fica o meu recado: honrem aqueles que morreram pela construção da nossa bela Brasília. Com isso após essa explicação sumária do filme, contrasto essa realidade existente com o que foi para existí-la.
O filme mostra um outro ponto de vista: o dos que colocaram a mão na massa para construir e que vivenciaram muita coisa. Mortes dos colegas ao lado e a polícia que na época era autoritária e tirana e de um Brasil que não era visto por muitos. Hoje, graças a Deus, a nossa rede de comunicação nos favorece vários pontos de vista.

E explicito minha tristeza: enquanto uns fazem com amor e esperança, outros que passam pelos mesmo lugares, só pensando em como obter mais "ouro" daqui ou de aculá...

quarta-feira, outubro 18

É, eu concordo...


i do agree, originally uploaded by martendashorst.

amigos,

essa internet é incrível, olha a foto que achei, foi tirada por uma pessoa lá em Los Angeles... Esse escrito na parede ( casas não cadeias - traduzido) foi feito no novo quartel general da polícia de Los Angeles. Bom, se é verdade ou não, eu não sei, mas acreditando nessa possibilidade verossímel, vem a reflexão...

Parei pra pensar que não só aqui em Brasília, mas como também em outras capitais e cidades não só do Brasil,mas também do mundo, existem problemas com segurança. E não só esse problema.

A princípio o que lembrei foi da música do Rappa (A minha alma),o trecho: "As grades do condominio são pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida se não é você que ta nessa prisão."
O que hoje as arquiteturas prediais, habitacionais, estão voltadas para um dos quesitos que não podem faltar: a segurança. E com isso, cercas elétricas, câmeras de vídeo, vigilantes, alarmes são fabricados e instalados, pode-se até vigiar seus filhos pela internet.

Mas o contrário se aplica, se você colocar o pé na rua: Perigo!!! Perigo!!! Réfem das ruas, paranóia delirante, vidros fechados, filme nos vidros, celular engatilhado 190, olhar atento, desconfiado da sombra, polícia, polícia, cadê??? ufa, tem um ali... mas se não tivesse... e se for bandido??? ai meu Deus... espero chegar logo em casa, Deus me proteja, ou melhor, Deus nos proteja, a todos nós e nos abençoe, amém... cheguei... obrigado, Pai.

Depois desse retrospecto introspecto, algumas vezes vividos por alguns momentos por alguns e nenhuns, volto a lembrar, quantas casas e casas, condomínios e edifícios edificados aqui não tem essa arquitetura... Não repreendo, é uma necessidade evidente.

Proteção da família em primeiro lugar.

Mas depois de ler e reler e analisar o que essa pessoa escreveu no comentário dessa foto, me vem uma outra reflexão.

O que estava escrito no comentário é, já traduzido, "veja na parede do poço do novo edifício do quartel general da polícia de LA localizado na Los Angeles central."

Daí me surgiu uma outra reflexão, que na verdade o escrito nessa parede ecoa como um pedido que eu interpreto da seguinte forma: NÃO PRECISAMOS DE CADEIAS, MAS SIM DE CASAS!!!

Agora não analiso a necessidade desse específico edifício naquela cidade norte-americana, mas o que muitas vezes os construtores das cidades, governantes e afins, não vão ao ponto inicial do problema.

Aqui no Brasil, gasta-se muito mais com um presidiário do que com uma criança na escola. Se duvidar, mais do que até um jovem em uma universidade pública.

E questiono: onde devemos começar a trabalhar? Tirando a água do barco ou tapando o buraco que permite a água entrar? ou ambas as ações? Creio eu que nas duas...

Mas concordo com a frase, simples e singela.

domingo, outubro 15

Interactive Architecture

Mais uma intervenção!!! Os nosso japoneses são melhores que os outros!!!
Apenas uma brincadeira relembrando a antiga propaganda da Semp Toshiba, mas que podemos comparar as duas intervenções, ambas com tecnologias diferentes, porém com o mesmo propósito: mostrar a arquitetura de um modo interativo.

Axé. E viva Brasília.

sexta-feira, outubro 13

Catedral Rosa

Pessoal, vejam essa intervenção na catedral!!!

Sem danificar nada, esse é o espírito!!!

Até mais

quinta-feira, outubro 5

Para refletir sobre Brasília...

Na palestra que fui hoje, 04 de outubro, sobre restauração de obras modernas, a ilustre professora da Faculdade, Ana Elisabete, proferiu um pensamento que chamo atenção a seguir e que remete ao título da postagem de hoje:

"Brasília:

Sonhada/Imaginada X Projetada X Construída X Tombada X Vivida cotidianamente"

Ainda nas suas próprias palavras, "Brasília é peculiar, é preciso estar atento as obras".

Sem mais... e precisa??? Agora é debater com os amigos...

terça-feira, setembro 26

A emoção de ser pioneiro...

Muito emocionado e honrado de voltar a UnB, aos 92 anos esbanjando muita lucidez e com olhar de quem muito já se estristeceu por causa de certas deturpações urbanas que a cidade sofrera, Ernesto Silva começou a falar com aquela voz de quem muito já lutou para ter as coisas concretizadas e que vivenciou para contar histórias.

Assim começava naquela tarde de quarta passada a Conferência 50 anos de Brasília... Ele iniciou com uma breve história de como Brasilia foi surgindo, desde José Bonifácio, missão Cruls, suicídio de Getúlio, Café Filho, Marechal Peixoto até a primeira carta que Juscelino manda pra ele a respeito da construção da nova capital.

Discorre sobre os conceitos da construção da capital, como a idéia de que aqui não fosse uma cidade grande, mas sim um pólo gerador de desenvolvimento da região. Reclama do direito de ir e vir, ironizando que aqui apenas existiu o direito de vir. Fala com primazia sobre outras cidades planejadas que mantiveram suas características originais como Washington e Camberra.

E a partir daí, a platéia atenta, observa um profundo respiro e uma pausa de quem pára, pensa e visualiza na sua mente toda uma trajetória vivida onde grande parte de uma vitória estava sendo sutilmente desconfigurada. Isso mesmo ele diz logo em seguida, reclamando da desconfiguração do plano diretor que estava ocasionando a deterioração da cidade, as escalas de Brasília estavam se descaracterizando... Fala sobre a deturpação dos comércios locais, da Ilhas do Lago, um residencial a beira do lago que infringe a escala bucólica prevista por Lucio Costa, as igrejas que se construiram por todos os lugares onde não havia previsão urbana, o grande caminhamento entorno do lago também previsto por Lucio, mas que agora as áreas públicas eram ocupadas por residências à beira do lago...

Diz que não sente desânimo, mas desespero, tristeza e fala da enorme dificuldade que foi contruir onde todos lutaram, não havia diferença, existia muita SOLIDARIEDADE!!! Todos centrados na construção, SEM INTERFERÊNCIA POLÍTICA!!! ERA A FORÇA DE CADA UM COM O SONHO PARA DESENVOLVER O PAÍS!!!

E daí ele fala e repete uma frase: "Se construímos Brasília com as mãos, estamos destruindo com os pés!"

E pra refletir mais um pouquinho, escrevo frases que ele mesmo citou de outros mestres da construção da nossa capital...

"A única defesa para Brasília está na preservação do Plano Piloto." J.K.
"Salvem Brasília" e "Deixemos ao esquecimento aqueles que não compreenderam Brasilia" Lucio Costa.

E por último, o carismático Ernesto disse:
"Não só ler, mas compreender o relatório do Plano Piloto!"

e eu dou a dica quem quiser ler o relatório, clique aí na linkoteca: Anexo Brasilia - 15 SR IPHAN.

Até mais.

terça-feira, setembro 19

Conferência: 50 anos de Brasília

19/09/1956 - Em memória dessa data, a Universidade de Brasília (UnB) preparou uma comemoração especial. O pioneiro Ernesto Silva fará uma conferência sobre os acontecimentos anteriores à edificação da capital nesta quarta-feira, dia 20, a convite do professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Antônio Carpintero. Ernesto Silva foi presidente da Comissão de Mudança do governo de Juscelino Kubitschek, responsável por planejar a construção de uma nova capital federal. Ele preparou e autorizou a publicação do edital do concurso vencido por Lúcio Costa, e desempenhou várias funções importantes no processo de consolidação de Brasília. A palestra será às 16h, no Auditório Dois Candangos da universidade. A entrada é gratuita. Informações pelo telefone 3307- 2455.

50 anos atrás...

Há 50 anos atrás foi sancionada por JK a lei da construção da Capital Federal. O Congresso aprova por unanimidade o projeto, que se converte na Lei nº 2.874. Lançado o edital do Concurso do Plano Piloto. O edital foi publicado no Diário Oficial de 30/09/56.

Em 22 de outubro de 1956, iniciam-se as obras de construção da residência presidencial provisória, o futuro Catetinho, que será concluído em 31/10/56.

Em 15 de março de 1957, o projeto de Lúcio Costa foi escolhido vencedor. Observe-se que, nesta data, construções como a do primeiro aeroporto e a do Palácio do Alvorada já haviam sido iniciadas. Ou seja, a construção de Brasília se inicia em 56; a construção do Plano Piloto, já seguindo o projeto de Lúcio Costa, é que se inicia em 57.

Em 58 foi fundada Taguatinga. Embora ela ter sido criada como "a 1ª cidade-satélite", já existia na época a "Cidade Livre", atual Núcleo Bandeirante.

No dia 21 de abril de 1960, Brasília é inaugurada. As festividades da inauguração já haviam se iniciado às 16h do dia 20 de abril. Às 9:30h do dia 21/04, os Três Poderes da República se instalaram simultaneamente em Brasília.

Esta breve história é para relembrar como estamos aqui e para refletir sobre a vontade política de fazer a diferença. Agir e construir são muito mais difíceis do que apenas dizer e prometer.

referência histórica retirada do site: www.infobrasilia.com.br
foto retirada da revista eletrônica época - globo.com

quinta-feira, setembro 14

E haja sujeira nas ruas...

Repararam como as ruas, as vias, do DF estão cada vez mais sujas??? Haja santinhos, cartazes, panfletos, folders, faixas sempre com uma pessoa do lado... A maioria fica no chão ("olho da rua")... quanta imundice, o pior que muitas vezes são pessoas ditas educadas que jogam no chão. Mas o que aconteceu foi uma reportagem do DFTV 2ª edição que o rapaz entrevistado, morador de Santa Maria, disse: "Eles vêm aqui, pintam o muro da nossa casa e nem perguntam se pode...". Engraçado o domínio do espaço. Digo isso, pois dessa vez o espaço é privado. Imagina se é alguém de Santa Maria pintando o muro de uma das casa do Lago Sul ou Norte, Setor de Mansões... ERA MOTIVO PRA CASSAÇÃO...

Vai vendo, como falta muito ainda para consciência plena da sociedade... reflitam com amor...
O urbano interage com a política? pense nisso.

Debate na UnB...

Hoje teve um debate na UnB dos candidatos ao GDF. Bem, vamos aos fatos emocionantes:
Sr. Arruda não compareceu e a Abadia foi vaiada, porque falou o que não devia, mesmo tendo levado um ônibus de não-estudantes da UnB para lhe aplaudir... A vida é surpreendente... Quem fala o que quer, ouve o que não quer, muitas das vezes...

A íntegra da cobertura feita pela Assessoria de Comunicação Social da UnB:
http://www.unb.br/acs/unbagencia/ag0906-36.htm

Até.

quarta-feira, setembro 13

Seremos os primeiros???

Escutando a rádio, numa dessas propagandas de voto, o rapaz diz algo parecido: somos os primeiros no quesito urna eletrônica, os mais modernos e eficientes e evoluídos que dão exemplo pro mundo todo...
Pensando cá com meus botões e refletindo sobre uma conversa tida hoje com meu pai e também relendo comentários antigos colocados na matéria: "O governo tem que dar o exemplo!!!"- escrito pelo Matheus, cheguei a conclusão de que nossos políticos, as pessoas que governam, é que deveriam ser OS PRIMEIROS A DAR EXEMPLOS PARA O MUNDO TODO e não, apenas, muitas das vezes, trabalhar para o seu próprio umbigo COMO MUITA GENTE SABE ou sabe e finge que não sabe, não quer falar ou sei lá o que.

Em tempos de eleição, penso bem no voto, estou fazendo uma varredura histórica de cada candidato para saber, ou pelo menos pensar que sei, sobre a vida política de cada um.

Prezo apenas por uma Brasilia melhor. Sem mais... mais um desabafo preocupado com os rumos da cidade.

DÊ UM BOM EXEMPLO QUE ESSA MODA PEGA!!!

Axé.

Educação Patrimonial

Para os interessados em aprender um pouco sobre tombamento e preservação do conjunto urbanístico de Brasília, haverá um curso de graça tratando sobre os aspectos da cidade, desde sua concepção até os dias atuais, explicando o que significa o plano urbanístico de Lucio Costa e seu tombamento. As aulas serão ministradas pelos arquitetos da Divisão Técnica da 15ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para todos os interessados. De 20 a 22 de Setembro, das 8h as 12h, no auditório da Fundação dos Palmares (1° subsolo do Edifício Central Brasília, SBN). Inscrições: 3414-6162 / 3414-6172.

texto original Caderno Cidades - Correio Brasiliense - Brasília, 13 de setembro de 2006 - pág. 31

domingo, julho 23

Outro ponto de vista...


Semana passada, saindo de uma comemoração de aniversário no boteco do Piauí na 403 sul, encontrei um amigo meu que procurava uma vaga na respectiva quadra comercial. Entrei no carro dele e fomos estacionar na 402, residencial.

A partir daí, começamos nossa "caminhada noturna de boemia e filosofia"!!! Ele, também estudante de Arquitetura e Urbanismo, e eu decidimos passar na porta do Gate's Pub, logo acima compramos uma cerveja no Piauí e andamos até o Azeite de Oliva (círculo amarelo no mapa). Fizemos isso para ver como estava cada ambiente.

Com isso e com mais uma nova loura gelada na mão, resolvermos caminhar no estado bucólico até o próximo bar que ficaria na quadra seguinte, CLS 404, o Bexiga (círculo verde), resolvemos continuar passando pelo NuCéu (círculo vermelho) seguindo até o tradicional Líbanus (círculo azul). Chegando neste, encotramos uns amigos da Faculdade que nos convidaram para sentar à mesa.

Expusemos a eles nossa situação e discutimos sobre as possibilidades desse real e "imaginário" percurso boêmio.

Digo real porque é fato, ele existe como se pode observar no mapa acima e pra ele ocorrer dependerá da vontade e disposição de cada um ou grupo de pessoas afim de ver mais movimento noturno, interagir e/ou conhecer novas pessoas ou rever velhos amigos, ou seja, estimular um percurso não muito longo e bem iluminado onde já existe barracas de cachorro-quente (círculos roxos) e passarelas de pedestre, havendo assim uma troca muito maior entre cidadão e cidade, vivendo de uma maneira diferente, deixando o carro um pouco de lado e favorecendo a copresença nas vias de Brasília, porém de sua maneira peculiar, com mais natureza e menos caos das selvas de pedra.
Descrevo também a contradição seguida do real, o imaginário entre aspas, porque para muitos existe, quer dizer persiste, a preferência cômoda de sentar num mesmo lugar e ficar, por horas e horas. O que também não deixa de ser prazerozo dependendo da companhia, mas existem pessoas e pessoas e aqui tento alertar as que gostam de perambular e ver e viver...

Em sumo, o que escrevo aqui é uma maneira de ver a nossa cidade diferente, podemos ter outras percepções e o que proponho nesse texto é apenas um modo que pode ser mais divertido de vivenciar Brasília, passeando por mais lugares numa mesma noite, sem ter que colocar a mão no volante. Estarei vendo outros passeios como esse. Quem quiser ajudar é só postar... E quem quiser ver com outros olhos é só mudar o ponto de vista.

Shalom.

terça-feira, junho 20

O governo tem que dar exemplo!!!

Hoje, no Bom dia DF, teve uma reportagem sobre a qual há muito tempo existe uma polêmica sobre os out doors, as propagandas, que são colocadas em enormes banners nas fachadas cegas dos edifícios da Esplanada dos Ministérios e até uma apareceu que já está desde o ano comemorativo de JK na fachada do edifício do palácio do Buriti.

Não pode, não pode, é lei e o Estado tem que dar mais que o exemplo e cumprir o que está escrito no decreto-lei de 1937 que discorre sobre tombamento. O que fere essa lei é que não se pode ter propagandas em locais tombados, resumindo.

Dê um bom exemplo que essa moda pega!!!

ainda sobre os Comércios locais

Só uma indagação:

Por que não se trata, por que não fazem de uma maneira bela e atenciosa as fachadas voltadas para as quadras comerciais??? Principalmente na Asa Sul, a linguagem arquitetônica utilizada se parece mais com o de uma favela, sem ordem, sem programação e muitas vezes sem beleza!!! Será que é possível isso numa capital onde o preceito para sua ocupação seria de pessoas altamente intelectuais e atentas para as mazelas do país??? Será que o comerciante não ganharia um pouco mais chamando a atenção não apenas da rua dos carros, mas também a passarela dos pedestres por dentro dos cinturões verdes das super quadras???

Digo cinturão verde, porque consta no Memorial do Plano Piloto, escrito por Lucio Costa, a faixa verde de 20 metros de densa arborização em volta de cada superquadra do Plano.

até.

quarta-feira, junho 14

Mais uma vez as invasões...

Semana passada, moradores da Asa Sul, segundo reportagem no Correio Brasiliense, se mobilizam para discutir sobre a invasão de área pública nos comércios locais. "Eles reclamam da ocupação irregular de área verde, falta de vagas nos estacionamentos das quadras residenciais devido ao número excessivo de clientes e poluição sonora durante a madrugada."

Mapearam 26 bares e restaurantes dos quais nenhum foi citado na matéria, porém iriam levar adiante a discussão a governadora Abadia e ao administrador da RA 1, o arquiteto Luís Antonio Reis. Nessa semana ainda não houve resposta sobre a matéria.

Infelizmente na nossa cidade ocorreu um processo de ocupação irregular da área pública, principalmente nos comércios locais da Asa Sul, pois o empresariado, muitas das vezes por desconhecer o Memorial do Plano Piloto e os documentos que regem a ocupação territorial da área tombada, excedem seus espaços a tomada do seu entorno inóspito. Digo inóspito, pois não se poderia, teoricamente, viver nesses locais invadidos, por motivo de serem áreas públicas, ou seja, apesar do Governo cobrar uma taxa por essa ocupação, muitas das vezes, alguns bares e restaurantes vão além do que está registrado e ganham mais por terem mais área pública dentro dos seus supostos limites de ocupação. Por isso considero uma prática abusiva por parte dos comerciantes e penso que poderia e deveria haver um remanejamento comercial, provavelmente pensando em alguns estabelecimentos em especial, de forma a colocarem estes na W3, nas 500, revitalizando a própria avenida nos moldes antigos e que funcionavam muito bem nas décadas de 60, 70 e 80. Teríamos uma avenida cultural onde o burburinho dos bares e restaurantes se prolongariam entre os cinturões verdes das super quadras 300 e 700.

Vamos esperar pra ver o que vai dar.

segunda-feira, maio 29

É assim que se faz???

Notícia que muito me deixou "chocado" essa manhã!

O conselho comunitário de segurança junto a comunidade da Asa Norte reunirá com o administrador da RA 1 para encaminhar um relatório à governadora do DF requisitando um reforço de 1600 policiais para a região devido a onda de assaltos, roubos e sequestros na área.

Segurança? Sim, é necessário. Mas por que também não reivindicar mais 1600 professores pras escolas dos bairros, cidades-satélites, de Brasília, mais infra-estrutura das escolas, mais áreas de lazer para as mesmas regiões ou que NECESSARIAMENTE CARECEM DISSO??? Por quê???

Há outras maneiras de "sufocar" essa falta de segurança!
É só pensar e agir. Se pode agir em prol de uma necessidade, por que não agir em prol de uma igualdade???

Só um manifesto.

Deus abençoe a todos.

sexta-feira, maio 26

Tá difícil!!!

Pois é... o título já diz muita coisa. Está difícil de eu escrever aqui no blog. uma boa idéia, porém sem freqüência, sem pessoas debatendo. Mas tudo bem, agradeço aos primeiros que passaram por aqui e deixaram um recado.

Sou Brasileiro e não desisto nunca. Agora vai! Pra frente Brasil! Pra frente Brasília!
Mais um ano de eleição e mais uma chance de mudar. No momento estou passando por mudanças na minha vida e assim gosto de refletir muito sobre tudo.

Hoje estava correndo a volta de 10 km no Parque da Cidade (Sarah Kubitschek) e, passando pela piscina de ondas, lembrei dos velhos tempos que meu pai e minha mãe me levavam pra brincar nessa piscina. E tenho ceteza que não era só eu como a maioria de muitos dos meus amigos e colegas e conhecidos que passaram parte de algum tempo da infância lá.

Bons tempos aquele. Era certeza de encontrar coleguinhas lá... além do despertar da imaginação sobre como poderia haver ondas numa piscina.

Por que parou??? Parou por quê???

Desativada. Infelizmente. Boa opção de lazer. E quantas faltas de opções de lazer faltam nessa cidade??? Lazer gratuito, lazer pago. Sim existem, não digo que não existem porque existem. Apenas tem que ir atrás.

Mas a piscina de ondas só vive nas propagandas da cidade na internet. É só digitar no google search. HA HA HA. Engraçado pausadamente, porque ao chegar ao local, só o abandono como muitas estações do metrô.

Até quando???

Deus abençoe a todos.

sexta-feira, abril 28

Quanta coisa!!!

Viajei e agora estou de volta pra lutar por essa cidade!!!

O título remete o que pra mim realmente está acontecendo: quanta coisa se passa nessa cidade!!! pare e pense!!! Em termos políticos, ironicamente, lá no congresso, nem se fale, quer dizer, é melhor nem comentar, porque se não, com tanta gasolina gasta, é possível me acharem na rua por aí e passarem por cima de mim de carro, caminhão, ônibus estrelar "trocentas" vezes... hahaha

Mas vamos ao que interessa, que na verdade é só um lembrete do que está acontecendo:
O novo PDOT estará reconhecendo os condomínios irregulares no DF e saiu uma MP 292 (medida Provisória) para cessão de terras da União já ocupadas por famílias aqui no DF também. Quem deve agradecer é a SEDUH, apesar do caos que já está criado.

No próximo domingo, uma audiência pública debaterá o assunto no Centro de Convenções. Toda a população do DF está convidada a comparecer e dar sugestões. O encontro acontecerá das 9h às 13h. No próximo domingo, uma audiência pública debaterá o assunto no Centro de Convenções. Toda a população do DF está convidada a comparecer e dar sugestões. O encontro acontecerá das 9h às 13h.

No mais, fico por aqui, pois já é tarde e amanhã é um novo dia...

terça-feira, abril 4

Mais um pra refletir

Li esse texto agora no site da Universidade e acho que ele abre um leque de reflexão sobre a nossa ocupação em Brasília e muitas vezes pelo mundo afora, justamente pelas nossas atitudes. Agradeço ao professor que é meu chará e que escreveu, rendendo-lhe a homenagem.

Ainda há lugar para o jeitinho brasileiro?

Roberto Sabato Cláudio Moreira

O que há de comum entre a mamãe que estaciona em fila dupla para pegar o filhinho na porta da escola e o indivíduo que se vale de um cargo para mandar voltar um avião que ele perdeu? Em se tratando do Brasil, mais do que se poderia imaginar. As duas situações têm em comum o que ficou consagrado, para o bem ou para o mal, como o jeitinho brasileiro, uma das marcas distintivas de nossa identidade, associada à idéia de malandragem.
A malandragem, assim como a preguiça, a cordialidade e o jeitinho foram ou têm sido alguns dos atributos aplicados para qualificar o modo de ser do brasileiro. Do mesmo modo que a feijoada, o carnaval, a mulata, o samba, a cachaça e o futebol foram elementos da cultura popular apropriados pelas elites para forjar símbolos nacionais.
Na origem, está a estrutura escravista que domina quatro séculos da história brasileira e que torna longo o aparecimento de uma sociedade de classes onde antes só havia, a rigor, o proprietário de terras e o escravo. No Império, o homem livre, nem senhor nem escravo, é o agregado, vivendo do favor, retratado pela literatura do século XIX. Nos primeiros anos do século XX, feitas a Abolição e a República, esse legado da escravidão se traduz no desprezo ao trabalho. Mas nessa nova ordem, de passagem do mundo rural e agrário ao contexto urbano e de nascente industrialização, surge a necessidade de constrição da mão de obra, desafeita ao valor do trabalho. Era preciso quebrar as resistências ao trabalho em meio a uma população que não via sua finalidade moral ou prática.
O ambiente aqui é o Rio de Janeiro, maior cidade e capital do país, passando por transformações urbanas que a tornariam uma cidade civilizada e o veículo da malandragem não é mais a literatura, mas a música popular. No interstício entre o capital e o trabalho, surge o espaço do malandro. O compositor popular urbano – ele mesmo localizado nesse interstício – capta com intuição a pouca vantagem do trabalho e exalta a malandragem como possibilidade de liberdade e prazer.
Além de estar interessado em subordinar o proletariado à disciplina do trabalho, o governo se empenhava na construção de uma imagem ufanista do país. Outros grupos tinham interesse na valorização da nossa ginga e do nosso jeitinho. A capacidade de se safar de situações difíceis é um modo de driblar uma estrutura onde ainda predominam o favor, o apadrinhamento e a relação pessoal sobre as normas universais de conduta. Isso é valorizado, ganhando expressões emblemáticas no futebol e em outras áreas em que a habilidade tornou-se motivo de orgulho patriótico.
Consolidada a ordem social competitiva, não sobraria mais espaço ao elogio da malandragem, mas ela permanece como símbolo de identidade.
Mais tarde, a malandragem serviu de discurso cifrado para driblar a censura e a repressão. Passado o estado autoritário, vem outro momento de sua negação, em que os apelos à ética e à cidadania se fazem mais fortes e o comportamento cotidiano do indivíduo é igualmente criticado. Aqui, a mesma habilidade e jeitinho, antes valorizados, são vistos como burla da lei e da ordem cuja debilidade se lamenta.
Hoje, o brasileiro não parece muito inclinado a valorizar a malandragem, que remeteria à corrupção das elites e às fraudes na esfera pública ou à violência da empresa do narcotráfico. Chico Buarque na Ópera do Malandro já falava do malandro oficial, com gravata e capital, que substitui o malandro que aposentou a navalha.
Enfim, o orgulho ou a vergonha quanto à esperteza no escapar de situações constrangedoras, o jeitinho que supre ou agrava a falta de exercício de uma cidadania plena, no fundo expressam o que se poderia chamar de um dilema brasileiro.
A ambigüidade que parece permanecer como substrato da nossa mentalidade. Em um momento, invejamos o modelo das sociedades centrais e negamos os elementos de nossa formação histórica. Em outro, valorizamos talvez exageradamente algumas de nossas características, como algo absolutamente original que nos orgulha.
Isso tem nos enredado em contradições como, por exemplo, ao nos negarmos, cultivamos como que um complexo de inferioridade e quando, ao contrário, nos orgulhamos da nossa malandragem, alimentamos a impossibilidade de construir uma ordem social mais justa, equilibrada, orientada por valores universais.
O jeitinho pode ser simpático, gerando nossa fama de amáveis, gentis e criativos. Pode até ser estratégia de sobrevivência de uma população desassistida em suas necessidades básicas. Mas sempre será uma quebra da ordem, da norma, uma apropriação do público em benefício do privado.
O texto foi copiado na íntegra e cito seus créditos.

Roberto Sabato Cláudio Moreira é sociólogo e professor aposentado do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília. Foi jornalista e professor de Comunicação na mesma universidade. É doutor em Sociologia, com a tese Identidade e Pensamento Social no Brasil. Trabalhou no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Tem diversos livros e artigos publicados.

Eu também trabalhei no Iphan!!! Agora defendo Brasília de coração, vem comigo também, vem!

Descentralizar para Unir

Um imprevisto aconteceu nesse fim de semana que não pude postar o texto do nosso trabalho realizado.

Mas aí vai:


Universidade de Brasília
Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares
Revitalização Urbana
Professor: Frederico Flósculo
Alunos
- David Alves – 01/22572
- Gustavo Goes – 01/24214
- Camille Nicola – 03/74237
- Roberto Guedes – 04/35465
- Letícia Gonçalves – 00/11436

Proposta de intervenção urbana – Descentralizar as atividades do Plano Piloto

Desafogar o centro do Plano Piloto, por meio da criação de uma maior autonomia das cidades que hoje são chamadas de satélites, é uma questão de vital importância para o desenvolvimento do DF.
Atualmente, temos uma realidade em que as cidades-satélites são praticamente cidades-dormitórios: os moradores passam a maior parte de seu tempo útil no Plano Piloto, onde trabalham, o que desencadeia essa situação-dormitório. O objetivo deste trabalho é conceituar descentralização e analisar o problema da atual organização do Distrito Federal sob esse prisma, e para tal, usando as possibilidades nas esferas política, econômica e social. Essa análise servirá de base para o lançamento de diretrizes propositivas.
Desde a construção de Brasília, o planejamento contemplou praticamente apenas o Plano Piloto. A partir da necessidade da construção de moradias populares (para os operários, por exemplo), foram sendo criadas as cidades-satélites, que não eram, no início, mais do que assentamentos, sem nenhum planejamento prévio. Isso fica patente quando a única preocupação era a construção das casas, e a infra-estrutura básica para uma cidade - escolas, hospitais, transporte público, áreas de lazer e cultura – era relegada. Como essa infra-estrutura foi implantada e consolidada no Plano Piloto, assim como as melhores oportunidades de trabalho, o fluxo desde então se concentrou nessa região, apesar do grande desenvolvimento e relativa autonomia presentes em Taguatinga, por exemplo.
É o que faz muitas pessoas das satélites gastarem a maior parte de seu dia útil, fora da sua cidade, seja no caminho ao trabalho, ou no próprio local de trabalho. Essa realidade não dá margem ao desenvolvimento de identidades locais, na medida em que o morador apenas dorme em sua cidade, não tendo tempo de vivenciá-la. Mesmo quando há esse tempo (final de semana, por exemplo), são escassas as opções de lazer e cultura, obrigando, mais uma vez, o morador a recorrer ao Plano Piloto em busca dessas atividades.
O geógrafo Milton Santos exemplifica bem quando diz que “mora longe quem se sacrifica a ser pobre”. O transporte urbano no DF é o mais caro do País, sendo que a relação custo-benefício é muito baixa, já que a qualidade do serviço é péssima. Não há nenhum sistema de integração, que favoreça o trabalhador e otimize o serviço, mantendo um maior nível de conservação da frota (andando menores distâncias, terão custos muitos menores de manutenção). Não raro, ele tem de pegar mais de uma condução para chegar ao local de trabalho, e isso prejudica também o empregador, que muitas vezes arca com essas despesas. Como resultado disso, a própria economia perde.
Descentralizar seria criar condições para que as cidades-satélites tenham uma maior autonomia com relação ao Plano Piloto. Encontrar maneiras de propiciar às demais populações de DF, uma maior possibilidade da infra-estrutura citada como presente no Plano Piloto. Oportunidades de emprego, para que seus moradores trabalhem perto de casa, criando vínculos maiores com o local que antes era apenas dormitório. Daí vem a identidade cultural, o sentimento de comunidade, a união na busca de objetivos comuns, que levam ao desenvolvimento local. Conseqüentemente, isso levaria a uma diminuição no fluxo hoje dominante, que converge para o Plano Piloto, aliviando-o. Visto que as grandes realizações governamentais apenas reforçam o sentido do fluxo, investindo em obras de grande porte que continuam a favorecer e estimular o uso do automóvel, um meio de transporte primordialmente individual, em detrimento do coletivo, uma mudança no pensamento político é necessária.
Para a colocação da descentralização em prática, pensamos numa gradação em três níveis: político, econômico e social, nessa ordem. Acreditamos que a partir das mudanças possíveis no plano político, os aparatos legais podem dar base ao crescimento econômico, gerando empregos. Isso trará circulação de riquezas, pessoas, que gerarão diversificadas demandas, aquecendo a economia. Com maior aporte de investimentos, haverá uma necessidade também de aplicação destes na criação de equipamentos urbanos, para essa população que não mais trabalha longe de casa.
No âmbito político, foi pensado inicialmente uma representatividade mais legítima das cidades-satélites, onde as R.A.s teriam independência de escolher seus governantes e parlamentares (municipalização). Essa primeira idéia foi posta no sentido de que temos hoje, na Câmara Legislativa, uma representatividade muito diluída. Se algumas regiões tivessem possibilidade de escolher um prefeito e seus vereadores, teriam seus políticos lutando pelos seus interesses de uma maneira mais direta. Como é um universo menor e uma proximidade muito maior, maior seria também a responsabilidade desses políticos que estariam todos os dias cruzando com seus eleitores no caminho da padaria. Isso criaria uma possibilidade crescente de participação e pressão populares. A municipalização cai por terra, pois é inconstitucional, mas a idéia de uma maior representatividade não é impossível. A Constituição diz que o DF é indivisível em municípios, mas essa divisão se dá em Regiões Administrativas. Essas, que correspondem às cidades-satélites, têm cada uma seu administrador, que não tem nenhuma legitimidade eletiva, e é indicado diretamente pelo governador do DF. Uma segunda tentativa foi a possibilidade de uma Câmara Legislativa onde cada RA teria um número proporcional de deputados condizente com o tamanho de sua população, havendo aí uma maior defesa dos interesses particulares das cidades em relação ao DF. O atual sistema eleitoral brasileiro não permite essa possibilidade.
Existe a possibilidade de se mudar o sistema eleitoral para que essa segunda tentativa se torne viável. O chamado voto distrital implica o que foi colocado acima: o estado (ou o próprio distrito federal) seria dividido em regiões, e cada região teria seu representante no legislativo. Isso daria possibilidade à almejada maior representatividade local, posto que num estado como Minas Gerais, um deputado estadual pode ser eleito com votos de todo o estado, mas defenderá o que estiver em seu interesse, o que não é necessariamente os municípios que o elegeram. Essa possibilidade só pode ser posta em prática a partir de mudança na lei eleitoral e na Constituição Federal. Há esforços quanto a isso na Câmara dos Deputados.
No momento atual, o caminho que pode ser trilhado pra uma distribuição mais igual de investimentos no Distrito Federal, é o do Plano Diretor de Ordenamento Territorial. O PDOT é uma lei distrital, que trata de como deve proceder a ocupação territorial no DF, em termos de acessos aos bens e serviços urbanos, democratizando-os, criando alternativas para o financiamento do desenvolvimento local, compartilhando responsabilidades para o uso dos recursos de forma sustentável. Como bem colocou o professor Aldo Paviani, “o instrumento de descentralização é a terra”. Daí a necessidade de usar a organização territorial para a definição das atividades, e para onde essas atividades podem ir. Pelo PDOT, pode se direcionar as áreas destinadas a uso produtivo, como empresas e indústrias, para as cidades satélites, tendo em vista a saturação do Plano Piloto. É importante ressaltar a importância de análises físico-territoriais para definir as áreas ambientalmente mais adequadas aos usos que se destinarão.
As entidades civis locais têm que se organizar em torno desse tema da descentralização, e conseqüente criação de maior autonomia das RA’s, e fazer uma pressão sobre o executivo e legislativo para que haja um maior investimento nas suas respectivas cidades satélites, buscando o desenvolvimento das redes de infra-estrutura e equipamento urbano. Percebemos que existe uma grande discrepância entre o que é investido pelo GDF no Plano Piloto e nas cidades satélites, havendo uma carência de verba em todas as áreas das satélites.
Também é indispensável o apoio do Governo do Distrito Federal como um todo á causa aqui proposta. Só através da alteração da atual postura centralizadora que virão as mudanças. Faz-se necessária a eleição de representantes de “pulso firme”, que resistam às pressões adversas que essa idéia poderá causar.
Outra atitude fundamental do governo do Distrito Federal seria a criação de incentivos fiscais, que estimulariam a vinda de novas industrias e empresas para o DF, desenvolvendo a economia, com a arrecadação de impostos e ofertas de emprego.
Uma solução interessante seria a instalação de órgãos públicos nas cidades satélites. Segundo Aldo Paviani é necessário “manter os fixos e melhor os fluxos”. Isso quer dizer que o que há de consolidado deverá se manter onde está, mas tudo que for criado ou expandido poderá se fazer em outras localidades, redirecionando e melhorando os fluxos. Por exemplo, se houver necessidade de criação de anexos para os Ministérios, esses poderão ser feitos nas redondezas e não no Plano Piloto, o mesmo aconteceria com os órgãos do GDF.
O desenvolvimento econômico deverá ser acompanhado do desenvolvimento urbano, social e cultural. Para que as cidades satélites possam se consolidar é fundamental um investimento em infra-estrutura urbana, assim como em equipamentos que sirvam à comunidade, como escolas, hospitais, faculdades, bibliotecas, praças, centros culturais, entre outros.


A partir dessas intervenções políticas, como PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial), incentivos ficais, haveria um estímulo ao desenvolvimento econômico das cidades satélites, através da criação e recolocação de setores produtivos nestas. Isso geraria mais empregos e permitiria que a população pudesse trabalhar perto do lugar onde mora. Ao vivenciar a cidade por completo - morar e trabalhar - é estimulado um sentimento de localidade e identidade. Este cria valores de comunidade e unidade gerando maior força e poder de reivindicação para mudanças na sua localidade. Assim, essa proposta visa a descentralização do Plano Piloto a partir do desenvolvimento social e econômico das RA´s, apoiando-se nos aparatos políticos e legais, buscando melhor qualidade de vida da população, aproveitamento territorial mais consistente e desenvolvimento econômico do Distrito Federal como um todo.

sábado, abril 1

Desculpa

Fim de semestre na faculdade, Arquitetura já viu, né? Muito maneiro, muito trabalho, mas pouco dinheiro... haha...

Peço desculpas por não ter escrito mais sobre a defesa de Brasília, porém estou satisfeito pelos comentários que tive ultimamente... Agradeço aos frequentadores.

E informo que estarei atualizando amanhã com um texto que eu desenvolvi nesse semestre que passou junto com um grupo da disciplina Revitalização Urbana.

Descentralização.

amanhã estarei aqui.

quarta-feira, março 8

Sonho, Utopia, Realidade, Tempo e Omissão

"Se os homens fossem bondosos, verdadeiros, afáveis, íntegros e sagazes...Então teríamos o paraíso na humanidade..." Confúcio

... para refletir...

Estou hoje entusiasmado com os comentários recebidos, agradeço de coração a todos que já postaram e espero que mais pessoas postem de modo que esse blog possa se enriquecer em cotatos nessa rede.

Notícia que acabo de ler no jornal eletrônico Correio Brasiliense: "Detran multa de quatro a cinco mil carros estacionados em locais proibidos"

Segundo o prezado Arquiteto Daniel: "...dois maiores problemas de SP: o transito e a violencia.(...) E essas quadras comerciais do plano piloto? onde os carros vão estacionar?"

E o que nos disse o caro Músico Marcos Bas: "...se refletirmos bem, chega a ser um absurdo termos que nos deslocar, considerando somente o plano piloto, de uma superquadra para a Esplanada dos Ministérios, por automóvel já que inexiste transporte regular e eficiente nos horários...essas distâncias são muito curtas para que utilizemos carro particular...se houvesse vontade política, vontade mesmo e uso produtivo do dinheiro público, há muito já haveria um sistema específico de transporte de massa entre esses espaços mencionados, que poderia servir de exemplo para outras cidades brasileiras e para o mundo."

Sinto que o sonho agora é acabar com o congestionamento que está tendo nos horários de rush, a utopia do transporte público eficiente, a triste realidade de ficar preso sem, muitas das vezes, saber o quanto de tempo nos tomará até que o veículo ande e ainda assim, por querer dizer, ficamos omitindo a ação democrática e até comunitária/cidadã de compartilhar o assento do ônibus com a "velhinha".

Porém reclamamos, muitos de nós e inclusive eu já disse: "-Se Brasília tivesse um transporte descente, eu até deixaria de andar de carro!" E é verdade, quantos de nós mantém uma rotina permante que facilmente poderia substituir seu carro por um transporte que os levasse pra onde for? Vai de Van? Lotada na inércia batendo a cabeça no teto ou quando não, caindo sentado no colo do senhor apertado pra peidar?

Fora os preços da passagem, isso nem comento, por quê?
Uma das mais caras do Brasil e menos eficiente.
Quem reclama? DFTrans? Detran? Movimento Passe Livre?
Somos Nós que também temos que ir atrás, fazer por onde e fiscalizar, prestar atenção no que é errado.

Buraco do tatu - reforma necessária - por um bem que precisa ser conservado - Rodoviária - REPENSADA

Deixo o link de um site de utilidade pública:
http://www.df.gov.br/orgaos.asp

Por hoje é só transportes, né? Comecei com a frase do Confúcio, termino com a tradução da música Imagine de John Lennon. Axé.

Imagine (traduzida)

Imagine que não exista nenhum paraíso,
É fácil se você tentar.
Nenhum inferno abaixo de nós,
Sobre nós apenas o firmamento.
Imagine todas as pessoas
Vivendo pelo hoje...
Imagine que não exista nenhum país,
Não é difícil de fazer.
Nada porque matar ou porque morrer,
Nenhuma religião também.
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...
Imagine nenhuma propriedade,
Eu me pergunto se você consegue.
Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo.
Você talvez diga que sou um sonhador,
Mas eu não o único.
Eu espero que algum dia você junte-se a nós,
E o mundo viverá como um único.

John Lennon


"Deixemos entregues ao esquecimento e ao juízo da história os que não compreenderam e não amaram esta obra" JK

Mais uma frase só pra fechar e eu completaria ela com: "os que fingem que compreendem e fingem que amam essa obra" beto

Deus abençoe quem lê e tenha um bom dia!

segunda-feira, março 6

Nada como um dia após um outro dia

Esse título que coloco hoje é apenas pra mostrar, acredito eu, como nós devemos agir em relação a nossa cidade. Todo dia é dia, levantamos e temos nossos afazeres, mas se a cada dia aproveitarmos pra construirmos sempre em cada instante procurando fazer o melhor, seja na gentileza urbana, na atitude de bem-estar social e coletivo, no preceito de sustentabilidade da Agenda 21 (pense globalmente, aja localmente), em casa, no trabalho, na meditação, no olhar horizonte, no pensar, conseguiremos SIM reverter aos poucos o quadro de nossa cidade, através da conscientização e da educação.

Por isso nada como um dia após outro dia para a construção imaginada hoje estar pronta amanhã. E quero que meus amigos e futuros amigos venham refletir comigo sobre o que fazer aqui em Brasilia, digo logo todo o DF, para melhorar a qualidade de vida de nossa população, livre da violência em todos os seus aspectos.

Vamos refletir?

Temos um belo lago, poderíamos aproveitá-lo melhor? Como? Orla? Não invasão?
Temos eixos bem traçados, poderíamos desenvolver um sistema de transporte melhor? Ligações inter-modais? Ciclovia? Melhores e mais eficientes paradas de ônibus? Metrô? Vans? Respeito ao trânsito? Horários? Itinerários? Metronização dos ônibus?
Temos problemas de estacionamentos nos comércio locais, poderíamos criar políticas públicas par mover atividades para áreas com maior potencial de atendimento?
Temos que pensar, o que nos aflige, incomoda...
Conto com vocês.

Informo que estarei postando mais nos finais de semana e esporadicamente durante a semana.

Axé

quarta-feira, março 1

Vamos defender Brasília???


Essa é a nossa bela cidade, vista do alto, graças ao programa do Google, e é ela que quero defender. Cidade esta que foi criada de um sonho, das mãos nobres de homens que buscavam a felicidade para todo o povo brasileiro. Assim cito uma passagem do relatório do plano piloto de Brasília escrito pelo Arquiteto e Urbanista Lucio Costa:

"Ela deve ser concebida não como simples organismo capaz de preencher satisfatoriamente e sem esforço as funções vitais próprias de uma cidade moderna qualquer, não apenas como urbs, mas como civitas, possuidora dos atributos inerentes a uma capital. E, para tanto, a condição primeira é achar-se o urbanista imbuído de uma certa dignidade e nobreza de intenção, porquanto dessa atitude fundamental decorrem a ordenação e o senso de conveniência e medida capazes de conferir ao conjunto projetado o desejável caráter monumental. Monumental não no sentido de ostentação, mas no sentido da expressão palpável, por assim dizer, consciente, daquilo que vale e significa. Cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país."

E hoje o que vemos? Muitos dos ideais estão expressos na cidade e já foram mostrados Brasil a fora, porém ainda existem mazelas que assolam cotidianamente, como por exemplo, a falta de um sistema eficiente de transporte público; as invasões dos comércios locais vulgos "puxadinhos" que atrapalham a passagem de pedestres muitas vezes os próprios cadeirantes, deficientes visuais, dificultando a acessibilidade universal; a poluição visual de muitas das propagandas que ficam na W3, W4, L2, eixos e demais vias que até algumas estavam sendo retiradas pela SEFAU há algum tempo atrás; e demais problemas que enfrentamos no dia-a-dia, mas nos calamos ressentidos pela falta de atitude ou pelo nosso descrédito com os atuantes governamentais.

ASSIM A PROPOSTA DESSE BLOG É CRIAR UMA REDE DE COMUNICAÇÃO, UM LINK DE PESSOAS INTERESSADAS EM LUTAR PARA INTERPOR AS AÇÕES E MEDIDAS QUE DETERIOREM A CIDADE E TAMBÉM APRESENTAR SOLUÇÕES ATRAVÉS DO DEBATE PARA ESSAS MAZELAS QUE RONDAM POR AÍ.

A partir disso, recomendo a leitura do Relatório do Plano Piloto, dos textos Brasília Revisitada, ambos escritos por Lucio Costa, e também o decreto 10.829 de 14 de outubro de 1987 e a portaria nº 314 de 08 de outubro de 1992. Tentarei disponibilizar esses textos aqui no blog.